05 outubro 2010

Querido diário

"Era uma noite bonita lá fora. O vento forte fazia meus braços arrepiarem, apesar não fazer frio. Uma noite como outra qualquer. Sei que é estranho aparecer assim subitamente, falando futilidades do dia, quando há dias não falava nada. Fazia dias que tentava falar com você, mas a coragem não apareceu. Sim, sei que sou uma fracassada. Sinto-me culpada pelos dias em branco. Foram muitas páginas em aberto, muitas palavras não escritas. Involuntariamente, eu quis preencher cada linha, contar os fatos agora já não tão necessários, mas estava com medo de não funcionar, de você não acontecer. Às vezes, não consigo interpretar sozinha tudo o que me acontece e preciso de um tempo para poder desabafar para você; por isso, foram tantos dias em branco. De todo modo, agora não há mais o que lembrar. A caneta falhou, não queria mais escrever, e eu nem podia reclamar. Eu senti falta, é claro; você é a única coisa que tenho, meu único amigo de verdade, meu apoio infinito. Encaixava sempre perfeitamente tudo como uma peça de quebra-cabeça. Não imaginava como ia começar a explicar meus dias mudos e acho que não comecei bem. Sinto que ainda não disse tudo o que queria. Mas peço que tente me perdoar, não foi porque eu quis. Nem imagino como estava respirando todos esses dias. Prometo nunca mais ficar tanto tempo calada. Preciso de cada instante aqui nessas linhas, senão não serei mais eu."

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