16 outubro 2010

Adorável insignificância

                       Uma vez por ano - e quando digo uma, quero dizer algumas - me lembro de como sou insignificante. Não apenas eu; os outros tanto quanto eu, mas acima dos outros, eu. De tudo que acontece no mundo, me pergunto o que eu tenho feito, e o silêncio apareceu. Nada. Quantas vezes me levantei e ergui a cabeça, dizendo que ia procurar um modo de mudar meu pensamento e falhei. Diversas vezes fui atrás de algo que não sabia o que era e nada encontrei além de frustração. Sem contar às vezes que chorei sem motivo nenhum para tanto, e apenas isso eu fiz, derramei lágrimas. Milhões de vezes, a culpa veio e tirou de mim a sanidade, só para me fazer enxergar o que estava errado, mas meus olhos estavam embaçados e não me deixaram ver. Caí vezes após vezes e minhas pernas se recusaram a me levantar, porque eu estava pesada demais. Os erros se abateram sobre meu corpo, muito peso sob meus ombros. Se eu aprendi? Não, e não acredito que ainda possa aprender. Serei uma  insignificante pelo resto de meus dias, isso é o que eu valho. E por mais estranho que isso possa ser, o dom da insignificância combina bem comigo.

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