15 novembro 2013

Você

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"Ei, eu bem queria te dizer que o que carrego aqui dentro está bem vivo, e também bem preso. Um sentimento, uma presa viva, que a qualquer momento pode se afogar diante de um mar de incertezas. Parece que foi plantado chumbo no lugar do meu coração; está pesado de medo, saudade, amor, mas principalmente, medo. Medo de perder a coisa mais linda que já (me) existiu nesse mundo, o sorriso mais puro que meus olhos já puderam apreciar, a beleza mais sincera que já vi nascer, e o amor... Ah, o amor!... O amor mais forte e o único que sei sentir por você. Porque entre a gente, a vida passava e era tudo claro, limpo... Sem nenhum fantasma obscuro nos perseguindo. Eu me lembro de tudo. E quero trazer de volta o que nos foi levado embora. Quero ser apenas eu e você.


Eu queria te dizer que... aqui dentro está repleto de vida, de perdão e de sinceridade e que se existe uma pessoa que quer ser feliz nessa vida, essa pessoa sou eu, mas que antes quer fazer você a pessoa mais feliz do mundo. Que quer ficar do teu lado até quando não precisa, que quer te mostrar um mundo que nem eu mesmo conheço ainda, sem mas, sem peso. Que precisa ouvir de você um sinal, uma expressão de fé em duas almas machucadas, pois ser leve, estar leve é um presente e eu já não tenho tais delicadezas há alguns dias. E, no entanto, só preciso de você para me mostrar o contrário. Para me mostrar que sim, eu sou, nós somos aquilo que sempre fomos. Que tudo vai ficar bem e que o amor que sinto por você ainda recebe reciprocidade da sua parte. Já te falei que te amo? Tantas vezes que me perdi, mas ainda sim me agarro numa esperança de não mais ter que soltar lágrimas um dia que seja por falta de uma certeza. Aqui dentro tá apertando... mas tá apertando mais não ver você de corpo e alma comigo (ou é isso que eu acho que vejo). Hoje, só não quero que acabe."
"[...] Quanto custa uma passagem para... perto? (De mim, de ti, de nós)"

27 agosto 2013

Ensaio sobre a vida

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                   "Passa, passa; desabafa. Segue sem rumo nem direção, perdida em uma vida em perigo e em uma rua sem coração. Segue forte, inconstante e incerta. Forte, inconstante e incerta. E amanheceu um dia que o sol fechou os olhos para o mundo, desencantou dos céus. Eis que surge um problema; e o problema é viver. Cada passo, cada dia, cada nova circunstância repousa em meus ombros leves e quebrados e deixam-se ser. Tudo encaixo, somo, incorporo; bem dizia aquele Oswald de Andrade. Para sempre."

               Faz tempo que procuro uma razão; porque é dos humanos procurarem uma. Razão para entender aquilo que te inquieta; razão para te mover por aquilo que te cerca. Mas eu a procuro na simplicidade de saber que a minha felicidade se acaba ao final de todo dia. É um mal pior que eu mesma; é a necessidade de convivência, a necessidade de conveniência, de pertencimento, e a falta disso me faz estranhar até o céu. A sensação é a solidão, é o que me mostra o quão pequeno e atroz eu sou diante de uma inconformidade de pensamentos frios, tristes, inacabados, inconformados. E ninguém mostra o contrário, ninguém para dizer que o aquilo tudo é mais um monte de besteiras incompatíveis. Vazio; é pensar que, de alguns que eu não sei mais quem são, eu pensava que sabia quem eram. Vazio; é a sensação de perda, de desapontamento, da inutilidade. Vazio é não mais pertencer a um lugar ao qual eu pensava pertencer. Entretanto, nem por isso sou menos capaz de definir essa sensação, de analisá-la, ou mesmo de ter dela uma percepção integral. Reconheci-a num dia de agonia, onde deveriam haver pessoas a me esperar. Nenhuma delas estava lá.

                  "Tudo o que vemos ou parecemos não passa de um sonho dentro de um sonho" (Edgar Allan Poe). É a meia-noite que apavora, quando estou só na escuridão infinita, sei que tenho um alicerce para me apoiar, um choro para celebrar. Dói tanto, tanto. Dói como uma alma esfaqueada e o sangue a gotejar lentamente pelo chão frio. Dói como a flor morrendo no jardim vivo. Dói como a mente sã de um corpo hostil. É a morte prematura de um ser, a morte prematura da sua felicidade. O amor dói; a alma, antes tão límpida, tão branca, corrói e se perde. O sorriso dói quando a mente libera venenos por um corpo podre. É também podre o cheiro desse amor. Quer perpetuar-se por tempos imperpétuos. O coração dói, a fonte de todo um amor e todo sorriso já amado deste mundo. Dias mortos... alguns vão embora, alguns passam pela porta para um adeus, alguns permanecem na memória para jamais serem esquecidos, para sempre lembrados.
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