25 novembro 2010

Por uma memória

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Saudade. Era a única palavra que se encaixava ao tentar descrever o que restou daquele tempo; o que um dia fora uma bela amizade, repleta de companheirismo, sinceridade e, acima de tudo, amor. O que um dia fora minha vida, naquele segundo era nada mais que apenas distância, dor e mágoa. E saudade. Quanta saudade! Saudade do tempo em que eu podia chamar de amiga, essa palavra tão forte, sem medo, a agora desconhecida; a quem eu podia contar os meus medos e suspiros, abraçar para sentir o calor de um amor tenro e me sentir especial por nada. Sentir que eu tinha pelo menos alguém no mundo, que eu não estava só. “Amigas para sempre”, costumávamos dizer. O “para sempre” durou muito pouco. Eu logo lembrei os nossos momentos, que ia levar para sempre nas minhas memórias e histórias; as boas tardes perdidas na companhia uma da outra, bisbilhotando a vida secreta de cada uma; as gargalhadas, os choros, as brigas, os perdões. As novidades do mundo descobrimos juntas. O calor daquela amizade ainda batia forte no meu peito. Achava que já tinha superado, esquecido e que já tinha ido embora aquele sentimento, mas acabei descobrindo que estava errada; estava apenas enfraquecido pelo tempo. As memórias voltaram em enxurrada, junto com a saudade, só de olhar para aqueles olhos tão familiares e, ao mesmo tempo, tão desconhecidos e distantes de mim.


Quanto tempo fazia? Já não me lembrava mais. Talvez um dia eu contasse essa história com o final feliz que ela de fato merecia.

24 novembro 2010

Sonhos adormecidos

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Alguns dos maiores sonhos estão escondidos entre as fantasias da mente, na expressão do esquecer. Então chega a realidade áspera, assustando a menor delas de uma vez. E num viver apressado, perguntam-se se dará tempo de acompanhar todo o esplendor do novo mundo na memória, sem riscos de se perder. Um estranho estado de espiríto, que irrompe das profundezas para a luz ofuscantemente ininterrupta, é triste o suficiente para mais sonhos aparecerem. Mas se perguntam, durante os últimos segundos insistentes, se irão voltar um dia para a ativa; vão voltar a dormir, desta vez para sempre, e mergulhar no mais profundo dos sonhos.

19 novembro 2010

Só peço amor

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                     A verdade? Eu esqueci do amor. Decidi deixá-lo ir, me deixei vencer, agora me arrependo. Tanto tempo sozinha... Agora meu sorriso chora todos os dias e a verdade é que eu apenas quero amar. Eu apenas quero amor, sem arrependimentos, sem solidão. Eu só quero o amor de volta para minha vida.
                    Não existo atrás de um mundo sem coração pulsando forte e ardentemente aqui dentro. Não existe situação mais provável que a minha vida se perder por causa de um amor; eu vejo a minha alma aonde não quero que ela esteja. Não existe imperfeições, mas não vejo mais outras explicações. Descobri um segredo: um pote de faz-de-conta cheio de ilusão.

15 novembro 2010

A voz falhou

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                    Tudo para de repente e eu me dou conta de apenas uma coisa: não há nada aqui. Começa a chegar, devagarinho à minha mente, uma percepção que talvez nunca houvesse existido nada. Um vazio sob a luz da lua, um vento que não sabe onde pairar. Um pedaço de coração devastado, de respiração fraca, tentando ser forte. Mas quem mais sabe disso? 
                 Perceber que não enxerguei metade do mundo bate um aperto em minha alma, agora em frangalhos. Ela chora, corrói e despedaça. Eu ainda sinto algo muito forte aqui dentro, mas perdi o sonho, aquele futuro criado a um segundo atrás. As palavras foram escutadas mas a minha voz falhou, ou pior, trapaceou, traiu e enganou. Tive que deixar para trás os devaneios, esquecer as consenquêcias e mergulhar. A queda foi grande, longa e perigosa, e o resultado não foi empolgante. Das profundezas dos mares não escapei e nadei até o fim da praia. Tudo para de repente e eu me dou conta de apenas uma coisa; não há nada aqui.

09 novembro 2010

Fantasmas do meu coração

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Sabe qual a sensação de estar sozinha em casa? Vazia.
 

             Sem companhia, meio perdida; só você e sua alma, os fantasmas e os espíritos. É assustador assim mesmo; fantasmas e espíritos por todo lado. Mesmo que você não os veja, mas sente a sua presença ali ao redor, cantando musicas horríveis de terror, soprando ventos gélidos e aterrorizantes. Rastros pelo ar, azarando o seu dia, horripilando a sua noite; desfrutando do seu medo para se sentirem felizes. E como num passe de mágica, eles somem, na menor presença de um coração.
                 Eu já contei alguns dos meus; deu um total de, no mínimo, sessenta. Um para cada dia dos dois intermináveis meses de solidão, um para matar cada dia da minha saudade, ou para a mim própria matar. E não dá para apressar o relógio; ele é teimoso e briga contigo. 
                 Os ventos lá fora se apressam também, ao repassar pela minha porta varias e varias vezes, todos com o mesmo ritmo arrebatador. Talvez seja uma coisa estúpida de se notar no silêncio de uma casa, mas é a única que faz sentido perceber. Não faz sentido prestar atenção nas árvores do lado de fora, dançando ou escondendo-se umas das outras; não faz sentido buscar companhia na televisão; os livros já não agradam mais tanto assim, e os espelhos fazem muito mal, porque não refletem mais duas imagem; só uma única, isolada, repleta de solidão, tristeza e pensamento. O telefone toca no vazio do silêncio e o eco é incomodante. Nenhuma delas é real, nenhuma garante segurança tanto quanto alguém ao seu lado, segurando a sua mão, dissipando todo o medo. E a saudade aqui dentro, quando aperta, não escolhe outra coisa; vai atrás de lágrimas no vazio do silêncio e dos fantasmas do coração...

05 novembro 2010

Tempo livre

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                    Eu quero só viver, sem importar o objetivo. Se tem chuva, se tem sol, terremoto ou furacão, eu não me importo. Quero aprender sobre a vida, lutar por ela, crescer com ela, construí-la. Achar o que é meu e cuidar. Encontrar um amor, aproveitar, sorrir e ser feliz; nem precisa ser pra sempre, aceito apenas o agora, mesmo diante de qualquer interferência. Mais luz, mais energia; sentir o cheiro adocicado de chocolate e observar tudo com olhos de uma criança, infantil inocência. Ver a beleza nos lugares mais sombrio não é impossível, e eu quero ver. Eu quero sentir o que chamam de aventura, descobrir as um milhão de partículas que constituem meu sentimento de explosão, de alegria, de paixão, mesmo que um coração partido, por via, apareça. Quem sabe achar um mar rosa? Um arco-íris de dez cores, um trevo de seis folhas, ver o verde virar branco e me deleitar com poesia no rock. Chorar com uma música romântica e melancólica, contrariando todos os meus princípios, todos os princípios do mundo. Quebrar todas as regras sem medo de ser impedida, presa ou muito menos limitada. Eu preciso disso tanto quanto preciso da minha vida. E eu vou atrás dela até achar, nem que eu tenha que perder toda a minha consciência. E não importa o dia de amanhã. Eu quero só viver o hoje.

Dores ao relento

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Hora após hora. Dia após dia. Silêncio após silêncio.


                      Muitos meses agora já passaram de muito amargura, ressentimento e culpa e nenhuma explicação plausível. Ser sensata não me levou a lugar algum. Admirei, cuidei e amei alguém por anos e, de repente, sumiu tudo, assim, do nada. Várias vezes esperei o dia todo que o tempo passasse rápido, apenas para chegar em casa para encontrar alguém de braços abertos esperando por mim, independentemente de qualquer coisa. Encontrei o apoio que procurava, do tipo mais raro, da forma mais fiel possível. Eu sabia o que era sorrir sinceramente. Eu sabia, mas não sei mais quando vou saber de novo. Nunca mais ouvir o som da respiração abafada em meu ouvido. Não vou ter o prazer de chegar em casa e achar um abraço, pronto para aquecer. Nem sei se ainda vou ver o sol. O sol, que está em todos os nossos melhores momentos, em nossos melhores dias. A nossa vida foi toda tirada, arrancada de mim, em uma questão de segundos. Um segundo de lágrimas, gritos e raiva. E desejo por um novo sol e seu pousar no horizonte.

02 novembro 2010

Por dias mais felizes

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Eu não espero felicidade, mas às vezes é inevitável.


Ainda não achei a felicidade. Talvez uma parte dela, uma parte bem pequena, que não me satisfaz. Não a possuo e talvez nunca a possuirei. No dia que eu acordar, abrir a janela, olhar o sol e descobrir um dia lindo, eu vou saber que descobri muito mais que felicidade. Descobri o sol, a chuva, as nuvens, a lua. E se eu não descobrir nada? Bom... Eu não espero felicidade, mas às vezes é inevitável. O que você vê em mim não é uma pessoa feliz; é só um sorriso frustrado tentando ser livre. No final das contas, apenas uma coisa vale para mim. Viver.
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