15 novembro 2010

A voz falhou

                    Tudo para de repente e eu me dou conta de apenas uma coisa: não há nada aqui. Começa a chegar, devagarinho à minha mente, uma percepção que talvez nunca houvesse existido nada. Um vazio sob a luz da lua, um vento que não sabe onde pairar. Um pedaço de coração devastado, de respiração fraca, tentando ser forte. Mas quem mais sabe disso? 
                 Perceber que não enxerguei metade do mundo bate um aperto em minha alma, agora em frangalhos. Ela chora, corrói e despedaça. Eu ainda sinto algo muito forte aqui dentro, mas perdi o sonho, aquele futuro criado a um segundo atrás. As palavras foram escutadas mas a minha voz falhou, ou pior, trapaceou, traiu e enganou. Tive que deixar para trás os devaneios, esquecer as consenquêcias e mergulhar. A queda foi grande, longa e perigosa, e o resultado não foi empolgante. Das profundezas dos mares não escapei e nadei até o fim da praia. Tudo para de repente e eu me dou conta de apenas uma coisa; não há nada aqui.

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