25 outubro 2011

Eufemismo

A morte nos conhece;
a morte conhece tudo.
A morte nada concede;
a morte desobedece.

Da morte, nada conheço
da morte que já conheci.
O que a morte me concedeu,
nenhuma dor esqueceu...

          Temo falar sobre o sofrimento, se já tal me acometeu e de mim fez-me seu refém. Vítima, permaneço no silêncio da dor, sem sentir nada além da impotência, nada além da angústia. Decorre do meu estado de infelicidade, agora completo, que não levo para muito longe aquele ser que por muito existiu em mim. Porque não dizer que a mesma se perdeu, a mesma deixou de existir... Quanto tempo faz que tudo mudou? Mas não me respondo mais nenhuma das minhas perguntas, nem mesmo as faço mais. Perguntas exigem respostas; quando sem, permanece apenas a angústia de nunca ser respondida. Acordada enquanto viva, não vivo. A vida passa como em ato reflexo: quando estimulada, reage rapidamente, quando não, é estática, não muda, não vive. Tão logo chega, tão logo vai embora.

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