às
00:01
01 dezembro 2011
Olhos de vidro
Postado por -
Renata Fonseca
O tempo não para quando a gente quer; também não perdoa nossos erros nem nossos traços, nossos abraços ou nossos desencontros; os minutos simplesmente não são contados a partir das horas. O tempo não nos leva aonde queremos; o tempo não deixa de existir por caprichos; o tempo não faz o que a gente quer. O tempo não escolhe o que traz, assim como não nos mostra as possibilidades. O tempo se faz medonho, impaciente... O tempo brinca, esconde e se esconde; o tempo faz ameaças ao coração e a alma fraca. O tempo não faz promessas; o tempo não exige de nós o mesmo que exigimos dele. É caótico, poderoso, imutável. Às vezes, o tempo sufoca. O tempo não tem paciência para esperar a boa vontade de um sentimento. O tempo faz redemoinhos em nossa vida, traz o sofrimento, a dor, a destruição, mas também traz a cura. A cura... ainda que demore, chega; ela renova, renova-nos, renova-se. Nunca foi visto, porém, o trem que levou embora o tempo. Também não foi visto o trem que levou embora o sofrimento, a dor, a destruição. Para qual lado ir quando as estradas se desfazem ao longo das nossas escolhas, diante dos nossos olhos? Escolher é o caos dos mortais. O tempo não vê a vida; o tempo só passa.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 recados:
Postar um comentário