27 janeiro 2011

Então, a dor


                   Cansados, doentes, tristes. Esses rostos estavam por todos os lados. Desalmados e desacreditados na vida. Pensamentos de incredulidade estavam perdidos naquelas mentes e tais pensamentos refletiam em suas faces pálidas por impulso. Os olhos falavam por si mesmos; a partir daquele momento, as lágrimas fluíam por vontade própria, descrentes, mas presos a um fiapo de esperança de nada daquilo ser verdade, apenas um engano. Até que todas as noites, enquanto rezam, lembram-se que aquilo não tem mais volta. E é quando a incredulidade volta ao seu lugar de início.
                    A vida nos passa despercebida, enquanto teimamos, de olhos fechados, andar por cima dela até o momento que decidimos abri-los, mas já é tarde demais. Quando cada ser humano decide abrir verdadeiramente os olhos, a vida já se foi, de forma calma e graciosa, mas que viveu como alguém que nunca sentiu dor e levou a quem o perdeu.
                      A morte não é um empecilho. Ela não é mais que um sentimento. Um sentimento forte e duro o bastante para levar a dor a se estabelecer por muito tempo. Pode ser apagado e revivido como poucas coisas na vida, mas quanto mais evitarmos, pior, pois nunca teremos sentido.
(Renata Fonseca)

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