23 agosto 2016

Barulho de madrugada

A lua gira em torno de um quarto sem esperança. Uma noite longa e repleta de reflexões umedecidas pela silêncio está por vir.  Os carros solitários passam na rua à uma da manhã, levando a angústia dos que jogaram suas mágoas em um poço vazio e esperam apenas que o sol renasça na sua janela algum dia. Tudo parece normal. As mesmas luzes dos postes na rua, enriquecidos pelos voos sonolentos dos mosquitos; as tristes nuvens pairando no ar, tentando adormecer com a música trazida pelos ventos; o angustiante e assustador balanço das árvores e seus galhos, sempre acompanhados, sempre vivos. O mundo está parado. Mas é nessas horas que o coração acorda. Um barulho chato incomoda todos os meus pensamentos. Saudade, saudade, amor. Sentimentos que martelam o peito, antes inchado, quase se afogando em águas calmas, porém cintilantes. Hoje, essas mesmas águas permanecem, transbordando, agitadas... com a mínima possibilidade de se aquietar. As imagens vêm, tentando formar um sentido e encontrar um significado. Não há para onde fugir, a cabeça sempre volta para o mesmo lugar.

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