25 outubro 2022

Nossa estranheza

Cabe a nós definir que vida somos a nossa. Ela passa despercebida diante dos nossos olhos, sem demonstrar qualquer remorso ou instruções de como ser vivida. Então, porque não podemos nos dizer a nossa própria verdade sem doer aos nossos caprichos? É difícil manter a sanidade quando ela ecoa nos nossos movimentos mais remotamente ambíguos, longe dos flashes da vida urbana. A vida privada... nos priva. Privacidade a quem? A quem satisfaz a nossa solidão? Uma vez perdida na nossa própria completude, manter as aparências dói, discretamente, no nosso ser finito. Aquela que busca incessantemente uma forma de ser incessante, para si, para outros, a quem importa ser. Porque tudo na vida é sobre correr atrás, até para que nos mostre quem pode ser capaz de nos merecer.



Muitas coisas a gente consegue perceber ao longo da vida que nos molda de forma cada vez mais intensa. Nem sempre é sobre nos anular; é mais sobre a percepção que se colocar na vida do outro para entender o que o machuca quando ninguém está vendo e como isso nos atinge. Nossa complexidade medida sob a ótica de que haverá coisas que nem mesmo a gente entende sobre nós mesmos; logo, partilhar a vida é difícil em muitos sentidos. Mas a gente tenta da melhor maneira existir tentando nos entender, para deixar um outro alguém nos compreender e entrar na nossa estranheza que é ser.

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