05 março 2011

Passos secretos

          Sete passos em uma circunferência de pesadelos; cada passo, um repasso. Sete, o número de vitórias perdidas, desencontradas da razão. O poço, cavado sete palmos a baixo da terra, altura exata do seu abismo, da sua realidade. Em sete passos, ele anda, atrás do sentimento e da voz perdida, da paixão e da emoção. Sete passos também é o número exato da sua gratidão.
                Os raios que caem lá fora não encontram o chão frio. O calor retorna pelos ares em razão das paredes grossas. Sete segundos, sete horas, sete dias. Poderiam ser sete meses ou mesmo sete anos. Mas foram sete passos, pesados e desastrados. Sete passos para dizer, sete passos para entender. Os ladrilhos, sete azulejos na ordem da solidão, perdoam cada passo enfurecido e ainda veem um coração. Em mil dos seus gritos, um silêncio ensurdecedor.
                Bastou apenas a sensatez. Um pouco de luz, um pouco de vida. Sete, poucos passos daquele que roubou seu coração; poucos passos da verdade inibida e que ele nunca se contentou em dizer. Mas, agora, era um pouco mais que uma questão de passos. Era a verdade que ele estava escondendo.



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