27 agosto 2012

Margem abadonada


O relógio marca onze horas de noite, mas parece que a escuridão é mais infinita que isso. Os livros estão espalhados pela mesa de vidro da sala, mas a minha mente não para nas palavras. De alguma forma, no aconchego do meu lar, eu sinto medo. A noite virou hora de pensar sobre a vida que se desenrola em frente aos meus olhos, inacreditável e desesperada, e não parece mostrar um suspiro de felicidade. Quem procurar? A família? Retrato sem cor. Os amigos? Conceito perdido. Um mundo isolado e fechado e repleto de abstrações por todos os lados, estejam do meu lado ou a mil metros de distância. O calor da urgência está sufocando minha garganta, gritando para poder dizer, sem dor, tudo aquilo que vem sendo bem guardado e encolhido por meses. Sinto falta de sentir falta. Sinto falta do abraço sem causa. E sinto falta da recepção calorosa daquele ombro amigo frágil e desconcertado, tentando consertar meu mundo. Minha esperança só pede descanso. Apesar disso, a minha força tenta mantê-la aqui por inteira. Mas minha mente só consegue raciocinar "adeus". A vida não mostra mais respostas; apenas apresenta caminhos confusos e estreitos e por eles eu preciso passar. Infelizmente, não sei por onde ir e não tem ninguém para me ajudar.

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